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Mostrando postagens de outubro, 2016

Entrevista com Luan Gusmão, do Coletivo Poesia em Trânsito

Ana Clara de Carvalho e Cely Pereira   Troca de experiências, almas e poesia, o coletivo se distribui e se mostra, transparecendo a empatia, proporcionando felicidade, sorrisos, histórias. O Poesia em Trânsito , como circuito poético, leva a literatura ao alcance das pessoas, em meio ao caos (des)ordenado dos ônibus em Salvador; a arte chega e se espalha, agrega, muda. Os trânsitos promovidos e acumulados se tornam marcas das narrativas vividas. O coletivo coexiste com o Coletivo e dessa troca a realidade se transforma, a cidade se transforma, o mérito do Poesia é essa rede de afetividades.   PET-Letras: O que é o coletivo Poesia em Trânsito? Luan Gusmão: O Poesia em Trânsito é grupo que tem o propósito de levar para o ambiente urbano cultural – quando eu falo ambiente urbano cultural, entra todos os ambientes que tenham algum tipo de troca humana, desde um ônibus a uma escola, a uma praça, a uma recepção, à universidade... – poesia e a importância do hábito da leitura. Busca, també

Entrevista com João Victor Madureira, guitarrista da banda Madame Rivera

Antonio Caetano e Hilário Zeferino   Tendo surgido nos Estados Unidos entre o final da década de 1940 e o início da década de 1950, o Rock and Roll é um estilo musical que se espalhou pelo resto do globo rapidamente. Atraiu na época, principalmente, adolescentes, mas logo, os públicos de faixas etárias mais velhas se renderam ao som que era inovador, irreverente, rock. O estilo musical garantiu o poder de influenciar na época, e até hoje, estilos de vida, moda, comportamentos e linguagem, sendo exibido em diversas mídias como o rádio, a televisão e o cinema. Na década de cinquenta houve também o apogeu do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos, que teve o movimento também relacionado com o Rock and Roll, pois este agradava grande número de jovens americanos, sendo eles negros ou brancos. O Rock, com o passar dos anos, originou diversas vertentes e estilos de som e batida, e ganharia uma imagem de representatividade das minorias sociais, pois tratava em suas letras de temas q

Entrevista com Isabela Pita

Gleisson Alves e Cely Pereira   Nascida no bairro da Liberdade, Isabela Pita, caçula de dois irmãos, dedica suas pinturas às mulheres negras e, através do graffiti , se inscreve nos muros de Salvador, deixando a cidade mais colorida e quebrando os estereótipos que ainda permeiam seu trabalho.   PET-Letras: Gostaria que você contasse um pouco para a gente como se deu o contato com o grafite. Isabela Pita: Meu primeiro contato com o graffiti foi quando via pinturas na rua, fiz pesquisas, me interessei muito pela cultura e pela história fui me aprofundando mais, até que um amigo me ligou dizendo que estava acontecendo uma oficina de graffiti gratuita oferecida pela rede Mumbi . Me inscrevi e pude conhecer muito mais sobre o graffiti , principalmente o que ele nos oferece. Hoje, faço parte de duas crews: uma só de mulheres feminista, a DDR, e o da GL8, que é formado por artistas do bairro da Liberdade.   PL: E como é sua relação com a cidade, enquanto graffiteira? IP: É muito bom sa

Entrevista com Taís Ribeiro

  Cely Pereira e Gleisson Alves   A educadora, graffiteira, negra e feminista Taís Ribeiro, a Tata, vem fazendo os seus trabalhos com o graffiti há cerca de, mais ou menos, um ano. Através da busca pelo aprendizado constante, junto com outras mulheres, ela tem deixado sua arte espalhada por onde passa, e é desta forma que sente-se mais pertence à cidade de Lauro de Freitas, onde mora há 19 anos, e Salvador, onde passa boa parte do seu tempo. PET-Letras: Gostaria que você contasse um pouco para a gente como se deu o contato com o grafite? Taís Ribeiro: Então, eu terminei o mestrado em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação em fevereiro deste ano. Eu fiz um projeto de pesquisa aplicada para a educação básica em arte e tecnologia. E, como a perspectiva era de construção coletiva, pedi para os alunos escolherem um eixo central para trabalhar a arte. No segundo ano do projeto eles escolheram hip hop . Então, eu fui fazer uns cursos, porque eu não sabia nada de hip hop . E, apesar de trab

Entrevista com Evanilton Gonçalves

Entrevista com Evanilton Gonçalves Gleisson Alves Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia - PPGLinC/UFBA, na linha História da Cultura Escrita no Brasil (HISCULTE). Formado em Letras Vernáculas (UFBA), Evanilton Gonçalves desenvolve, desde 2012, investigações científicas sobre práticas de letramento vernacular, tendo como objeto de pesquisa o grafite e, como sujeitos de pesquisa, os grafiteiros de Salvador. Em seu trabalho, compreende o grafite como uma prática de escrita multissemiótica, e é a partir dos registros nas ruas, mapeando a cidade, acompanhando o grafite e os grafiteiros, que seu trabalho vem sendo construído.   PET-Letras: Como se deu a sua pesquisa? Evanilton Gonçalves: Então, eu acho que para falar sobre minha pesquisa eu tenho que falar, muito brevemente, de como tudo começou. Eu comecei a pesquisar o grafite aqui em Letras, em 2012. Eu tive a oportunidade de ser orientando do professor Antônio Marcos e, antes diss