Entrevista com a professora Lívia Natália
Por Isadora Matos Procurar entender como nos definimos sempre foi uma preocupação de estudiosos de diferentes áreas em diferentes momentos da história. Na contemporaneidade, segundo Stuart Hall, o sujeito é visto através do olhar da multiplicidade, constituído por múltiplas identidades que se organizam por um viés histórico e não biológico e que estão suscetíveis à mudança. A concepção de um sujeito racional, unificado e contínuo torna-se insustentável, pois o momento histórico da contemporaneidade já não possui relações sociais e institucionais estáveis que garantem a conformidade do sujeito. O que parecia ser intrínseco e imutável, hoje se configura no terreno da contingência. Sendo assim, as lógicas simplistas e contínuas para entender identidades nacionais, de gênero, de raça, de sexualidade etc. são cada vez mais questionadas. Como faz Judith Butler em Problemas de gênero , ao discutir a relação entre gênero, sexo e desejo sexual e sua aparente continuidade. Esses teóricos abrem