QUE BOM QUE EU TE ENCONTREI AQUI! [Texto para o Mural "Corpos dissidentes: literatura, dança e teatro"]
QUE BOM QUE EU TE ENCONTREI AQUI! Ingrid Limaverde Escrevo a partir de um silêncio descolado. Silêncio com horas marcadas no ano de 2012 e nos seguintes. Ele que , vagarosamente , chegou em minha epiderme em um dia de segunda-feira do mês de janeiro e chega todos os dias em que me vejo de fora. E ontem, quando chegou, antes que sozinho escapulisse completamente de meu corpo, chorei. As águas salgadas de dentro, as águas salgadas de silêncio, me trouxeram uma certeza. Ao ter em minhas mãos um livro que mais parecia ter sido escrito por outras tantas, tive a certeza de que o meu amor por um corpo, por uma existência quase-semelhante, de um prazer em comum, não estava e nunca poderia estar guardado. Quando me vi, escrita em linhas que contavam a história de tantas outras que amam outras e aquelas e estas, senti meu corpo parecer presente, vivo. Eu existo! Es t e amor existe! Está aqui revelado de tantas maneiras diferentes, exposto em suas complexidades e desvios. Esse amo