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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Literatura surda e a construção da identidade surda

Por Cristovão Mascarenhas         A noção de literatura surda começou a circular em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, principalmente onde havia escola de surdos. Em 1864, foi fundada a Universidade Gallaudete, em Washington. E, a partir daí, os sujeitos surdos e acadêmicos da área foram formando um conceito de literatura surda, transmitindo-o para a comunidade surda local e integrando-o à cultura e construção da identidade surda desse povo. Nesse sentido, o objetivo deste texto é refletir, ainda que de forma superficial, a história da literatura surda, observando as manifestações das produções culturais dos surdos em obras que são contadas em Libras.        A literatura surda pode ser compreendida como pertencente ao que se identifica como cultura surda. Segundo Wrigley (1996), apud Mourão (2011), o traço significante que define a cultura surda é o uso de uma língua de sinais, ou seja, uma língua compartilhada em uma comunidade de pessoas surdas, sendo que essa cultu

Aspectos Gramaticais da Língua de Sinais Brasileira

Por Mariana Rios         A surdez foi, por muitos, encarada com maus olhos durante séculos de história que se prolongaram numa perspectiva ignorante e preconceituosa. Os surdos, por muito tempo, foram excluídos, sua cultura foi marginalizada e suas línguas, realizadas na modalidade visual-espacial, foram desconsideradas. Após anos de luta contra a discriminação e a opressão ouvintista, felizmente, a comunidade surda tem conquistado cada vez mais espaço, devido reconhecimento e respeito.     Contudo, muito ainda é desconhecido por grande parte da população. Um dos principais pontos de nebulosidade sobre o assunto se dá sobre a Língua de Sinais Brasileira, a Libras. A língua é, inclusive, resguardada pela Lei nº 10.436, que a reconhece como uma “forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria , constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do B

Curiosidades sobre Libras e seus registros gráficos

Por Paula Fernandes         “Quantas línguas oficiais tem o Brasil?”, “Qual a língua falada pelos surdos?”, “Em qual língua os surdos escrevem?”, “Ouvi falar em escola bilíngue para surdos... É por que eles aprendem a falar o português?”. São muitas as perguntas para as quais, infelizmente, não sabemos a resposta, seja por falta de acesso à informação ou pelo simples desinteresse, uma vez que, para muitos de nós, o surdo é “o outro”, é “o resto”.         Resposta da primeira pergunta: no Brasil, além do português como língua oficial, há também a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão entre as comunidades de pessoas surdas do país, o que garante a inclusão da Libras no sistema educacional brasileiro. Além delas, alguns munícipios oficializaram outras línguas, tais como o   nheengatu e o  tukano .        No que concerne à segunda questão, a língua oficial utilizada pela comunidade surda, no Brasil, é a Libras. Mas é i

Novembro 2017 - LIBRAS

        Todo mês, o PET-Letras exibe em seu mural, localizado na parede entre o térreo e o primeiro andar do Instituto de Letras, textos escritos pelos seus petianos referentes ao tema escolhido para o mês. Da leitura e estudo de obras literárias à reflexão sobre temas tratados pela linguística, esses textos são frutos das pesquisas e discussões realizadas durante as reuniões do PET, visando ao crescimento intelectual dos petian_s e, com a publicação dos textos, contribuição para o ambiente acadêmico. Em novembro de 2017 discutimos sobre a Língua de Sinais Brasileira [LIBRAS]. Os textos foram escritos pelos petian_s Cristovão Mascarenhas, Mariana Rios e Paula Fernandes.   Curiosidades sobre Libras e seus registros gráficos Aspectos Gramaticais da Língua de Sinais Brasileira Literatura surda e a construção da identidade surda