Diário de Viagem: Paula na Turquia
A colega petiana Paula Assunção está na Turquia fazendo trabalho comunitário com crianças. A partir de hoje, teremos aqui no blog um diário relatando as experiências dela.
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Primeira semana na Turquia
Para começar do começo, explicar o por que de eu estar na Turquia. Estou fazendo um intercâmbio cultural, promovido pela Aiesec, uma organização internacional que está sediada em Salvador na Universidade Federal da Bahia, na Faculdade de Administração. Conheci a Aiesec em um dos processos seletivos que eles semestralmente promovem. Esses processos seletivos visam procurar pessoas que estejam ınteressadas não apenas em um ıntercâmbıo para aprender línguas; a ideia é que cada pessoa possa ter uma experiência diferenciada, seja pelos locais selecionados, que não são os usuais países de "primeıro mundo", e que você possa além de estar em lugar "diferente", que o participante desse intercâmbio possa trabalhar em sua área de formação ou fazer um trabalho voluntário.
Eu estou na Turquia para um trabalho voluntário com crianças com diversos tipos de deficiência, e a ideia é que eu "ensine" inglês a estas crianças. Como isso funciona se eu não falo turco? Tem alguém sempre ao meu lado que entende inglês e ajuda com as traduções para o turco. Mas de fato, o inglês não é a atividade principal. A ıdeıa é que o inglês seja mais uma atividade cognitiva para estas crianças. Eu vou ao trabalho apenas duas vezes por semana e fico as tardes nesse hospital-escola. Eles trabalham com crianças com diversas deficiências, mas a grande maioria são crıanças com autismo. Essa prımeıra semana já foi bastante interessante porque pude conhecer os diversos graus de autismo. Nos temos crianças (alguns adolescentes e adultos jovens) que apenas fazem uma atividade que gostam, tipo fazer colares; outras crianças aprendem a ler e a escrever, outras apenas ficam olhando as atividades porque possuem um grau elevado de autismo, mas de alguma forma interagem, outras tem um certo grau de agressividade e impaciência e por ısso fazem atıvıdades esportivas e outros, mas esses são minoria, possuem uma inteligência acima da média, eles conseguem aprender coisas muıto rapidamente, como uma língua estrangeira. Eu e uma menina do Cazaquistão, trabalhamos com um menino assim hoje, e eu fiquei impressionada com a rapidez com que o garoto aprendeu as palavras em inglês. Bastava falar apenas uma vez e depoıs de muıto tempo passado ele dizia corretamente todas as palavras em ordem diferentes. Depois ensinamos sentenças e ele simplesmente aprendeu e conseguia responder corretamente as nossas perguntas.
Essa semana foi mınha primeira semana de trabalho e de país. Faz apenas oito dias que eu cheguei a Turquia, e parece que eu sempre vivi aqui. Eles (os turcos) são extremamente calorosos, amigáveis, como se diz "boa praça". Parece que eu entrei no túnel do tempo, porque todo mundo se cumprimentava, perguntava um pelo outro, visitava seu vizinho, tentam fazer com que você o mais a vontade possível... é assım que eles se comportam. Todas as pessoas que eu conheci são maravilhosas, amigáveis, se interessam por você, tentam fazer com que você se sinta o mais feliz possível. Esse é um sentimento recorrente para mim aqui: FELICIDADE.
No trabalho o mesmo acontece. Eles sao muito boa praça. As crianças são fofas, delicadas. Tudo que você tenta ensinar a elas, elas se interessam em aprender. Acreditem colegas do PET, a velha caixinha de orıgami funcionou novamente, vocês acreditam? Elas (as instrutoras) me perguntaram se eu sabia fazer alguma coisa que as crianças pudessem usar a cordenação motora, e de novo, a caixinha me salvou! Eles amaram. Tanto os instrutores quanto os alunos. Acho que é isso, tem muita coisa acontecendo e eu tentarei não me esquecer. Mas as vezes é difícil resumir uma semana intensa de acontecimentos em alguns parágrafos.
Há muito o que se falar a respeito do trabalho e a respeito da cultura turca. Assim que eu tiver mais novidades, os manterei informados.
Pô, Paula. Fico extremamente feliz. Li todo o texto e percebo que realmente é muita coisa pra resumi e contar para a gente. Achei muito interessante o trabalho com as crianças. Fico pensando se eu seria capaz, já que exige muito da gente, no sentido emocional mesmo. Parabéns e espero que quando aqui você chegar, compartilhe muito mais conosco. Asé! Saudações!
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