Assembléia Geral no Instituto de Letras, por A. M. e Igor de Albuquerque
Em primeiro de Setembro aconteceu uma Assembléia Geral no Instituto de Letras cujo objetivo era congregar Alunos, Funcionários técnicos e administrativos e Professores para decidir coletivamente como realizar a consulta à comunidade para escolha de Diretor e Vice-Diretor para o quadriênio 2010-2014. Nós, do Pet, estávamos lá, e na sequência vocês podem ler dois textos - um do professor Antonio Marcos, tutor do grupo, e outro do estudante Igor de Albuquerque, bolsista do grupo - a respeito do que vimos acontecer.
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Cheguei na UFBA em 2007 e, pouco tempo depois, testemunhei uma transição marcada por uma evidente crise de legitimidade e liderança na gestão do Instituto de Letras. A Assembléia de primeiro de Setembro é uma espécie de ponto final desse difícil processo de transição e, com seu resultado, pode ser lida como ponto de partida para uma coisa nova. Nova e, esperamos, melhor no que diz respeito não apenas à condução dos processos de escolha de lideranças, mas também no que tange à conversação entre alunos, funcionários e professores, todos construtores do cotidiano e em certa medida dos destinos desta instituição. A deliberação geral, favorecendo o voto universal e equiparando politicamente cada um dos membros das três categorias, nos faz pensar que avançamos, que conseguimos algo de valor a partir daquela reunião - um resultado que, creio, era totalmente imprevisível e que tem, é claro, consequências igualmente imprevisíveis.
Isso não é novidade: sempre que há uma certa saúde nos coletivos, o jogo político é marcado por significativa imprevisibilidade. Isso é bom, pois nos leva a valorizar o papel de nossa contribuição individual, de nosso engajamento, de nossa capacidade de organização coletiva: somos lembrados de que as cartas não estão sempre marcadas, que é possível virar a mesa, dar a volta por cima, fazer diferença. Assim, saí daquela reunião com uma impressão positiva, acreditando que algo de bom havia sido conquistado. Claro, em certa medida tais sentimentos se devem ao caráter um pouco festivo e performático que caracteriza o exercício da política entre nós, e à tonalidade vanguardista que foi imprimida à decisão por alguns pronunciamentos. Mas quero acreditar que a sensação positiva se deve também ao que ali se criou em termos de possibilidade - possibilidade de escolher um outro jeito de fazer as coisas no Instituto de Letras, que seja melhor e propiciador ao desenvolvimento de todos. Para que isso tenha lugar, vale a pena trabalhar. (Antônio Marcos Pereira)
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